A profecia de Amós como crítica à injustiça social
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v35i1.1512Resumo
O presente trabalho tem como objetivo elaborar uma breve abordagem teológica da profecia de Amós, refletindo sobre a sua atualidade, sem pretensões exegéticas, tendo em vista a relevância da mesma para todos os contextos sociais em que se contempla a inobservância da prática da justiça em um sentido imparcial e integral. Amós critica uma sociedade corrompida pela desonestidade, que não distribui justiça para todos, em um período de prosperidade econômica e poderio político, de desigualdade social e de injustiça generalizada, de paganismo e de corrupção religiosa, onde os pobres são pisados pelos ricos. Aos olhos de Amós a eleição de Israel não é privilégio, mas significa exigência de fidelidade e de justiça. A injustiça será entendida como caminhar contra o próprio Iahweh, protetor dos fracos. Amós pretende abrir os olhos de Israel para a imparcialidade da justiça de Deus, a qual não se contenta com a hipocrisia religiosa de um culto meramente formal e exterior. Deus quer antes a observância do direito e da justiça.
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