Igreja no Brasil: modelo e referência da reforma litúrgica. Uma reflexão histórica sobre a luta de estudiosos, pensadores e heróis litúrgicos
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v36i3.1666Resumo
SUBSTRATO
A realização do Concílio Vaticano II foi um tempo privilegiado do Espírito de Deus que pairava sobre a Igreja Católica. A Igreja no Brasil participou ativamente de sua construção e aplicação. Passados mais de 50 anos, o Vaticano II é o que se tem de normativo na vida eclesial, e por isso prossegue na tarefa de continuar sendo inspiração e motivação para sustentar a Igreja no coração do ser humano contemporâneo, capaz de responder aos seus novos clamores e desafios, mas, sobretudo celebrar a sua fé, concretizada na história, com profetismo e mística. No Brasil, em vez de simplesmente acomodar-se na Tradição, a Igreja permitiu-se desinstalar-se e buscar novas acomodações, particularmente no seu repertório litúrgico, capazes de integrar os fiéis, voltar às suas fontes originais, e alcançar tanto afastados como mais próximos. Assim, a teologia litúrgica no Brasil, graças à CNBB, foi desenvolvida com a reforma conciliar do Vaticano II estendeu-se a diversos espaços de compreensão da celebração cristã, abrindo novos horizontes e expectativas para a vida das comunidades. A CNBB, desde o Vaticano II, buscou recuperar e desenhar uma nova eclesiologia, e é a ação litúrgica que reflete por excelência a transformação da imagem da Igreja no Brasil, que segue hoje, particularmente na sua liturgia a inspiração vinda das fontes Bíblicas e Patrísticas. Por isso mesmo, diversos liturgistas brasileiros das últimas décadas, unidos aos Padres Conciliares do Vaticano II, conseguiram resgatar dimensões importantíssimas da tradição dos ritos que haviam se perdido na história, particularmente do primeiro para o segundo milênio, quando houve uma desastrosa mudança de eixo, do essencial para elementos um tanto periféricos.
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Acessado em 15/02/2016