Desafios educacionais nas fronteiras da democracia: aprender com a reexistência dos povos ancestrais de Abya Yala
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v36i3.1688Resumo
Os riscos iminentes do colapso ecológico global, de uma guerra nuclear e de erosão dos regimes políticos democráticos, baluartes de defesa da sustentabilidade e da paz, evidenciam a urgência de superar radicalmente as fronteiras de exclusão mantidas pelo sistema mundo colonial capitalista, hoje em profunda crise. A insurreição dos movimentos populares de raízes ancestrais promove, rizomática e serpentinamente, processos de reconstituição do Bem Viver, cultivando relações de reciprocidade, complementaridade e integralidade entre os seres e sistemas constitutivos de vida em plenitude. Com os povos originários (particularmente os povos indígenas, quilombolas, tradicionais) aprendemos a desconstruir as necropolíticas – expressas e alimentadas pelo racismo, machismo, patriarcalismo, especismo, capitalismo, colonialismo – mediante as opções e ações radicais, persistentes e cotidianas de decolonizar as estruturas de conexão entre os seres humanos e os ecossistemas. O artigo reflete sobre contribuições que diferentes pesquisadores e pesquisadoras desenvolvem no sentido de promover a decolonialidade do ser e do viver através de práticas educacionais no campo das relações étnicas e de gênero.