A PEDRA MOABITA, OU ESTELA DE MESHÁ, REI DE MOAB
tradução em português e análise histórica
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v40i1.1881Resumo
A Estela de Meshá, mais conhecida como Pedra Moabita, é uma inscrição semítica que contém dados históricos, geográficos e religiosos sobre o antigo Reino de Moab. Hoje, somando quase 3.000 mil anos de existência, sua descoberta, feita inicialmente pelo missionário F. A. Klein e, não muito depois, resgatada pelo orientalista C. S. Clermont-Ganneau, é uma das façanhas arqueológicas mais notáveis do século XIX. Pretende-se, neste artigo acadêmico, oferecer ao leitor e pesquisador uma tradução formal seguida por uma análise histórica da antiga inscrição moabita. A tradução é feita com base na obra de Herbert F. B. Compston (1919), uma das primeiras publicações sobre o assunto; e a análise histórica é feita, sobretudo, com base no Dicionário Enciclopédico da Bíblia (1977), no Dicionário Bíblico Wycliffe (2007) e na Bíblia de Jerusalém (2002), obras ainda muito conceituadas nos ambientes teológicos. Por fim, estabeleceu-se uma correspondência entre a Bíblia Hebraica (ou Antigo Testamento) e algumas linhas da inscrição moabita. Além do que está proposto, constatou-se também, desde o início, a importância histórica e linguística da Estela de Meshá não apenas para a compreensão de como os antigos sistemas de escrita alfabéticos evoluíram a partir do Álef-Bet fenício, mas também para um entendimento mais amplo da Sagrada Escritura, em particular, das relações entre Israel e os povos que habitavam no seu entorno.