A CONCRETUDE DAS MISSÕES DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO

a busca da comunhão na diversidade

Resumo

A fé cristã tem toda a sua identidade pautada no seguimento de Jesus Cristo e na revelação de Deus que de sua pessoa advém. Essa revelação não é um dado objetivo, científico, a-histórico e impessoal, mas é sobretudo um dado de fé, um dado que é aceito pelo crente por sua adesão a uma pessoa, Jesus Cristo, e a uma comunidade de fé, na qual se inseriu. Por isso, a revelação chega ao crente do século XXI no seu contexto, interpelando o seu mundo, os seus problemas, a sua maneira de pensar, de maneira que não podemos afirmar crer numa revelação abstrata, desligada de eventos históricos precisos. E isso em um duplo sentido: não é desconectado da historicidade da chamada “plenitude dos tempos” (que culmina na encarnação, vida, missão, morte e ressureição de Jesus Cristo), nem da historicidade atual, “lugar” a partir do qual o crente interpreta os fatos. Isso nos leva, metodologicamente, a entender a revelação sob duas perspectivas complementares, ambas partindo da historicidade: 1) a perspectiva da missão do Filho, concretamente situada no tempo, e a da missão do Espírito Santo, que brota dele e também se enraiza na história; 2) o ponto de vista da atualidade, que questiona de que maneira é possível crer na Revelação e, principalmente, qual é o significado prático de tais conceitos dogmáticos para os nosso dias.