EXISTIR NA CASA COMUM
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v30i3.32Resumo
Diante de uma construção histórica, as atitudes humanas acabaram por formar uma realidade distorcida e construída sob falsos valores éticos, ainda presentes na contemporaneidade. O maior expoente de tal crise é o antropocentrismo, refletido na exploração irresponsável da Terra e nas relações éticas e humanas esfaceladas. O ser humano tem um intransferível papel diante desta realidade que ele mesmo construiu: pelo amor sustentável à vida e suas manifestações é convocado a reconstruir as relações humanas com a Terra baseado na reverência, respeito e, sobretudo, cuidado com a criação. O cuidado apresenta-se como imperativo ético necessário para o restabelecimento da relação entre
Terra e ser humano; este deve ser o protagonista desta mudança através de uma conversão radical de mente e coração, a fim de que suas atitudes sejam críticas, criativas e sustentáveis. Uma mudança no âmbito existencial seria a marca decisiva para a construção de uma nova era planetária, marcada pelo
respeito e cuidado pela vida, força que anima toda a realidade, inclusive a Terra, sinal por excelência da vida e da fecundidade. Tal resposta, crítica, criativa e concreta, abre-se à integralidade da vida, estendendo o cuidado a todas as dimensões de vida, relacionamentos, compreensões e dinâmicas.
Todo o corpo, sentimentos, toda a espiritualidade e pensamentos devem estar permeados de cuidado e transcendência, buscando verdadeiro sentido e força vital de/para existir.