Revista Encontros Teológicos https://facasc.emnuvens.com.br/ret <div class="additional_content"> <p>A revista ENCONTROS TEOLÓGICOS é um periódico quadrimestral da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), instituição de ensino superior que tem como mantenedora a Fundação Dom Jaime de Barros Câmara (FDJBC), de direito privado. A revista Encontros Teológicos foi fundada pelo Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC) em 1986 e assumida pela FACASC em 2012. É dirigida a pesquisadores, professores universitários, estudantes nas áreas de Teologia, das Ciências da Religião e das Ciências Humanas e Sociais em geral, bem como a agentes de pastoral das igrejas, a fim de ser espaço que favoreça a pesquisa e o conhecimento. Na mais recente Avaliação Quadrienal da CAPES (2017-2020), a Encontros Teológicos obteve o Qualis A3.</p> <p><strong>Missão:</strong> Divulgar o conhecimento teológico. Apresentar resultados de pesquisas na área da teologia e das ciências afins. Abordar temas relevantes da reflexão teológica atual. Favorecer a formação religiosa, social e humana. Incentivar a troca de informações sobre temas teológicos, pastorais e sociais, com abertura ao diálogo ecumênico e inter-religioso. Ser um instrumento de serviço ao esclarecimento da fé cristã frente aos problemas do mundo atual. Oferecer subsídios para fundamentar a fé e a esperança cristãs.</p> </div> FACASC pt-BR Revista Encontros Teológicos 1415-4471 Papa Francisco https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1860 <p>Este artigo objetiva refletir sobre o testemunho do Papa Francisco, que no exercício do ministério petrino, revela e resgata com gestos simples a dimensão existencial da fé na dinâmica pastoral. O Pontífice confi<span style="text-decoration: line-through;">r</span>gura-se a Jesus Cristo ao assumir obedientemente o desígnio do Pai proposto pelo próprio Mestre de Nazaré. Viver a dimensão existencial da fé exige a superação do “mundanismo espiritual”; uma forma de pecado que frequentemente se traduz em clericalismo. Este artigo aborda o tema com base em alguns documentos e propõe como pistas de reflexão duas atitudes concretas: acolher e escutar. Os gestos da acolhida e da escuta propõem, segundo Francisco, um paradigma fudamentado em três passos: o resgate da espiritualidade que resulta do encontro com Jesus Cristo; o compromisso ministerial que pressupõe a igual dignidade de todos os batizados; por fim, a Igreja missionária, portadora da misericórdia. A natrureza da Igreja é missionária; todo cristão é discípulo missionário. Esses aspectos têm o intento de iluminar a dinâmica pastoral e favorecer sua renovação, colocando no centro da missão o ser humano, de modo especial os mais sofridos e excluídos. </p> RODRIGO DA SILVA Ademir Eing Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1860 O paradoxo do pluralismo https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1855 <p>O campo religioso brasileiro testemunha uma notável efervescência religiosa – inúmeras instituições religiosas e sistemas de sentido disputam espaço na esfera pública e competem por fiéis. O pluralismo e o secularismo previsto na constituição brasileira, prevê incentivos fiscais para os templos religiosos, que se tornam verdadeiros empreendimentos mercadológicos. O presente artigo busca refletir sobre os liames da relação entre diversidade e diferença religiosa na instituição e manutenção do pluralismo no campo religioso brasileiro. Situa a emergência dos conceitos “religião”, “pluralismo” e “secularismo” no contexto de disseminação da lógica racional moderna ocidentalocêntrica, que se apresentou na esteira do colonialismo e reflete sobre sua pertinência na contemporaneidade, defendendo que tais conceitos carecem ser revisitados e demandam atualizações. Discute alguns pressupostos interpretativos da noção de pluralismo, apontando para a emergência e coerência da perspectiva do pós-pluralismo e do pós-secularismo. Comenta a respeito de algumas peculiaridades da conformação do pluralismo religioso no caso brasileiro. E, por fim, problematiza a questão da liberdade religiosa, indagando sobre até que ponto ela corrobora para o acirramento de um mercado religioso lucrativo e competitivo. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica, contando com autores clássicos e contemporâneos congruentes à discussão da área de concentração das ciências da religião.</p> Flávia Ribeiro Amaro Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1855 A importância da mística para o diálogo inter-religioso https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1861 <p>Para uma sociedade ricamente plural em experiências religiosas, na qual nos encontramos, é evidente que a construção de um ambiente harmonioso entre as religiões, os religiosos e os não crentes seja uma exigência para manter a boa convivência. Na busca por promover o diálogo entre as religiões, o documento Diálogo e Anúncio, do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, apresenta quatro formas que apontam para esse fim. Nesse artigo, a partir de uma das formas apresentadas pelo documento Diálogo e Anúncio, “o diálogo da experiência religiosa”, abordaremos a mística como um fecundo lugar para o encontro entre as religiões; e, depois de uma aproximação de seu conceito, de apontar a mística como um impulso para o diálogo, encontraremos no testemunho de vida de Simone Weil uma experiência que rompe fronteiras e abre um fecundo caminho para o diálogo inter-religioso.</p> Francilaide Queiroz Ronsi Marcelino Paulo Machado Ferreira Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1861 Temas e propostas para a catequese permanente no ano jubilar https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1909 <p>O jubileu que será celebrado em 2025 coloca toda a Igreja em festa e diz respeito a todas as dinâmicas da comunidade eclesial, incluindo a catequese. Esta reflexão aponta pistas para o fazer catequético no ano jubilar, especialmente no campo da catequese permanente, que atinge toda a comunidade. A primeira parte deste artigo aponta para o contexto bíblico e histórico do jubileu, seu valor teológico e simbólico, sempre em relação com o modo como a catequese pode se valer destes elementos para organizar caminhos de formação nas comunidades, evidenciando temas como a alegria, o sacramento da Reconciliação, as peregrinações. Num segundo momento, após breve reflexão sobre o tema da esperança, seguindo o lema do jubileu 2025, oferece-se algumas pistas de ação às comunidades e aos catequistas para que se experimente com maior profundidade o ano santo. Sugerem-se momentos formativos teórico-práticos que, em forma de eventos ou de caminhos de formação continuada de tipo bíblico, doutrinal, celebrativo e caritativo, possibilitem aos membros da comunidade uma frutuosa experiência jubilar.</p> Paulo Stippe Schmitt Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1909 Prolegômenos sobre a eternidade do inferno https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1871 <p>O artigo investiga a questão da eternidade do inferno. Tem o objetivo de esclarecer a doutrina sobre o inferno, no contexto da esperança da salvação e na consumação da história que inclui a humanidade inteira com o cosmos. A questão de fundo é entender a possibilidade do inferno eterno, enquanto só Deus é eterno, pois nele tudo subsiste. Como afirmar o suplício eterno dos condenados se proclamamos a fé no reinado e soberania de Deus sobre todas as coisas e na vitória do Cristo ressuscitado que venceu a morte? Não há como debelar a obscuridade do tema, uma vez que, segundo Karl Rahner “é inevitável o uso de modelo representativo mediante categorias temporais, ou mesmo afirmações de conteúdo”. Pode-se então falar da eternidade do inferno enquanto é constatável nesse mundo, e que a luz de uma esperança firme e caridade ativa, o reino futuro vai se realizando na história até sua plenitude. Nesse sentido o inferno não pode ser eterno, pois não combina o reino eterno de Deus.</p> Vicente Artuso Sezefredo Vendramim Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1871 La Candida Rosa come esperienza di comunione https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1921 <p>L’articolo cerca di interpretare la contemplazione beatifica compiuta da Dante nell’Empireo, al vertice del suo viaggio ultramondano, come esperienza di profonda autoconoscenza. Ricordando l’adagio procliano presente nel teorema 184 della <em>Elementatio Theologica</em>, l’essere umano acquisisce la piena autoconoscenza di se stesso e della sua verità fondamentale, in ordine alla conoscenza del proprio fondamento metafisico che è Dio. Quest’esperienza in cui collimano conoscenza della propria origine e conoscenza di se stesso, presenta un carattere non solamente interiore e privato, bensì condivisivo e partecipativo. Infatti, è proprio all’interno della candida rosa beatifica, che Dante, osservando la vastità dei beati che contemplano assieme il Primo principio dell’essere, è da questi beati accompagnato e sorretto in questa esperienza interiore di beatitudine. Interiorità, comunione e condivisione divengono così strettamente relazionati, e si realizzano nell’orizzonte di quell’origine fontale che è Dio stesso, un Dio tutt’altro che monadico, bensì trinitrario. La trinità di Dio, così, rappresenta l’origine dell’essere umano, delle sue facoltà e della sua capacità medesima di relazionarsi agli altri, ossia di essere persona. La triplicità delle facoltà umane nell’unità indissolubile della sua persona, si originano in Dio medesimo, ed, altresì, ne rivelano l’intima verità da conoscere e condividere.</p> Ricardo Lucio Perriello Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1921 Os fundamentos teológicos da cultura e a imigração protestante na Colônia Dona Francisca no século XIX – Joinville - SC https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1869 <p>Ao longo da história brasileira, diversas migrações europeias influenciaram a cultura e a educação no Brasil, com destaque para os imigrantes alemães que chegaram a partir de 1824 e se estabeleceram principalmente na região Sul. A tradição luterana dessas comunidades valorizava a conexão entre educação, cultura e trabalho. O artigo em questão tem como objetivo abordar aspectos da cultura dos imigrantes protestantes em Joinville (SC), numa perspectiva teológica. A metodologia utilizada foi a investigação documental e bibliográfica, concentrando-se na pesquisa dos textos de tradição protestante, de maneira especial Martinho Lutero e o protestantismo iluminista dos séculos XIX e XX, à medida que colocam luz sobre a cultura dos imigrantes protestantes em Joinville. Assim, busca-se pesquisar sobretudo o período de imigração, que se iniciou em 1851 e se estendeu até o começo do século XX. Consideramos que nesse período em Joinville havia as duas grandes vertentes teológicas que também existiam na Europa central, os protestantes de pensamento pietista e o protestantismo inserido no contexto iluminista. O iluminismo é fruto do protestantismo, que deu forma ao processo de secularização. Vemos que o protestantismo e a modernidade com sua proposta de secularização são processos que se condicionam. Esses mútuos condicionamentos são fundamentais nas expressões da cultura ocidental e na ideia do progresso econômico, que também se tornaram visíveis em Joinville.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> Euler Renato Westphal Roberta Barros Meira Daniele Claudia Miranda Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1869 Diretrizes para autores https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1929 Kelvin Borges Konz Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 Fiel e verdadeira? https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1928 <p>Tradução do artigo de Hans Zollner, realizada por Vitor Galdino Feller (a partir dos textos em inglês e em espanhol, publicados no exterior).</p> Vítor Galdino Feller Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 Apresentação https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1927 Vítor Galdino Feller Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 As Campanhas da Fraternidade e a catequese do Papa Francisco por uma ecologia integral https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1901 <p>A crise socioambiental resultante das mudanças climáticas está estampada em todas as mídias do planeta Terra. Este cenário de crise nos leva a pensar no comportamento do homem diante da natureza, que sem pensar nas consequências para si próprio e para o meio onde vive está nos aproximando do ponto de ruptura em que a natureza não poderá mais se recompor, um perigo para toda a criação. O atual Pontífice ao escrever a Carta Encíclica <em>Laudato Si</em> (LS) conclama a todos a cuidarmos da Casa – nossa Casa Comum – o planeta Terra. Diante dessa realidade, nosso artigo tem como objetivo refletir sobre a <strong>Ecologia Integral</strong>, a partir da catequese do Papa Francisco, colaborando no pensar a temática da Campanha da Fraternidade de 2025. No presente estudo, a partir de uma pesquisa bibliográfica, abordaremos o conceito de <strong>ecologia integral</strong>; faremos memória de Campanhas da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que trataram de temas sobre ecologia; apresentaremos uma síntese da Carta Encíclica <em>Centesimus Annus</em> do Papa João Paulo II e da catequese do Papa Francisco sobre Ecologia Integral a partir da Carta Encíclica da <em>Laudato Si </em>e da Exortação Apostólica <em>Laudate Deum.</em> Assim, diante de uma realidade – que nos mostra tantos quadros de uma natureza morta – o atual Pontífice clama por uma <strong>natureza viva</strong>, por uma Ecologia<strong> Integral</strong>, ou seja, o pensar nossas ações de forma holística – homem e natureza inter-relacionados – com um único objetivo de fazer <strong>desabrochar a vida</strong> em áreas desérticas de nossa Casa Comum.</p> Maria Teresinha de Resenes Marcon Silvia Regina Nunes da Rosa Togneri Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1901 Ecologia integral https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1917 <p>A Igreja do Brasil propõe como tema para a Campanha da Fraternidade de 2025 (CF 25) “Fraternidade e ecologia integral”, e como lema: “<em>Deus viu que tudo era muito bom!”</em> (Gn 1,28). Partindo do texto de Zc 7,11-12a, o presente estudo se pergunta sobre a capacidade de escuta dos fiéis brasileiros aos apelos à conversão propostos pelas várias Campanhas da Fraternidade dedicadas a temas socioambientais, evocados na primeira parte. Em seguida, tendo como base a <em>Laudato sí’</em> e o Texto Base da CF 25, a análise proposta se debruça sobre a compreensão de “ecologia integral” proposta pelo magistério do Papa Francisco e pela Igreja do Brasil, apontando, na terceira parte, algumas considerações sobre a importância de pensar a ecologia integral em diálogo com os princípios de responsabilidade e solidariedade.</p> Geraldo De Mori Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1917 Campanha da Fraternidade 2025 https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1918 <p>A Campanha da Fraternidade 2025, cujo tema é "Fraternidade e Ecologia Integral", o lema: “Deus viu que tudo estava muito bom”, retirado do livro do Gênesis, capítulo 1, versículo 31 desta o processo da criação e encontra particular relevância no contexto atual, marcado por problemas ambientais e sociais. O texto representa mais um capítulo extremamente importante que versa sobre a necessidade de cuidar do planeta e sua condição frágil a qual se encontra atualmente. O artigo em questão analisa a importância do ensinamento social da Igreja e os passos inspiradores de Francisco a partir da Encíclica laudato Si’ de 2015 e da Exortação Apostólica Laudate Deum de 2023. O tema da Campanha da Fraternidade de 2025 traz luzes e nos convoca a refletir sobre os problemas ambientais e a urgência de se tratar essa realidade diante do descaso do ser humano com a criação e os problemas ambientais. Buscar-se-á, neste texto, analisar a importância da dos escritos do Papa Francisco, Laudato Si’ e Laudate Deum, em contribuição para a Doutrina Social da Igreja. Ao fazer isso, buscamos lançar luz sobre a Campanha da Fraternidade de 2025 e seus ensinamentos inspiradores para a vida no planeta a necessidade de uma ação imediata frente aos problemas pela falta de zelo pela criação.</p> Robson Ribeiro de Oliveira Castro Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1918 A Fraternidade Cristã e Ecologia Integral no Papa Francisco https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1914 <p>O presente artigo analisará o tema da fraternidade cristã e a ecologia integral no Papa Francisco, a partir de uma abordagem teológica de um novo humanismo que brota deste pontificado que tem a sua fonte da perspectiva cristã.&nbsp; Propõe-se destacar a centralidade de uma visão humanista centrada na respeito à criação, à casa comum, ao planeta, a todos os seres que habitam e se se relacionam com o ser humano. Este vive uma crise de convivência e de aceitação de que não está no centro de um modo único. O ser humano ocupa sim, a centralidade no plano da criação, mas desde que assuma com responsabilidade e ética o cuidado e promova o bem comum, contudo, neste artigo, se discutirá os limites desta realidade. A reflexão se conduzirá mediante três partes. Na primeira, serão apresentados os grandes desafios contemporâneos à fraternidade humana que impactam diretamente e indiretamente a boa convivência de todos os seres entre si. Na segunda, se procurará analisar o sentido do humanismo cristão na reflexão teológica. Nesta se compreenderá a importância de um posicionamento que denuncie um paradigma que pode conduzir a humanidade a uma deterioração do sentido de convivência e de fraternidade. Por fim, se refletirá a emergência do novo humanismo inaugurado no atual pontificado do Papa Francisco com sua proposta de recuperar o verdadeiro sentido do cristianismo enquanto fonte de sentido para uma ecologia de respeito e cuidado com a casa comum. Objetiva-se, com este artigo, apresentar a íntima relação entre a questão da fraternidade e da ecologia de viés cristão, em meio à complexa realidade atual. Da teologia, se pode captar a relevância de revisitar as fontes com uma hermenêutica que integre, associe e recepcione a questão socioambiental na atualidade.</p> André Luiz Boccato de Almeida Julian Camargo Prosper Lupeke Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1914 Da pedagogia da fragmentação à pedagogia da integralidade https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1920 <p>Este ensaio objetiva apresentar e discutir alguns conceitos fundamentais para a compreensão e a promoção de uma ecologia integral, em vista de uma sensibilização formativa que nos permita iniciar processos de identificação de uma pedagogia da fragmentação, dentre outras, que circula entre nós, para efetivar a sua superação, através da promoção de uma pedagogia da integralidade, dentre outras. Baseado em metodologia bibliográfica-documental com escopo teórico, num primeiro momento o texto relaciona as dimensões educacional e profética das campanhas da fraternidade, para, em seguida, refletir sobre o princípio da destinação universal dos bens, o paradigma tecnocrático e a teologia do domínio aplicada à questão ambiental, respectivamente. Conclui-se com algumas considerações práticas sobre a tarefa educativa atual em perspectiva ecológico-integral.</p> Elvis Rezende Messias Mariana Silva Mancilha Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1920 Tudo está interligado https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1915 <p>Por diversas vezes, a Campanha da Fraternidade tratou do tema da ecologia. Apesar das críticas de conservadores, as CFs ocupam espaços significativos na mídia nacional e colaboram para formar nova mentalidade a respeito de assuntos que mexem com a conjuntura nacional. Neste artigo, situado no contexto da CF-2025, busca-se refletir sobre algumas relações que rodeiam o tema a ser trabalhado: entre Ecologia Integral e a fraternidade e a amizade social; entre ecologia e política; entre o ecossistema e o fim da vida humana; entre ecologia e inteligência artificial; a passagem do teocentrismo ao antropocentrismo. Tudo isso, com o objetivo de ampliar a reflexão sobre o tema central da CF-2025.</p> Manoel Godoy Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1915 A Ecologia na Igreja https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1905 <p>A Igreja tem se empenhado em orientar seus membros e toda a sociedade, a partir da teologia da criação, explicando que toda criação é obra do amor de Deus e que cada um de nós temos que assumir uma atitude de responsabilidade e respeito às leis da natureza. Assim, este artigo objetiva refletir sobre a ecologia na Igreja: do Concílio Vaticano II às conferências do Episcopado Latino-americano, a partir de alguns pronunciamentos do magistério pós-conciliar até o Pontificado de Francisco. Para sua elaboração foi realizada uma pesquisa bibliográfica em alguns documentos magisteriais da Igreja a partir do pontificado de Paulo VI, perpassando pelo magistério de João Paulo II, Bento XV e Papa Francisco. Neste último, a questão da crise ecológica ganhou destaque com a Carta Encíclica Laudato Si’ e a Exortação Apostólica Laudate Deum. Também foram analisados os documentos elaborados pelas Conferências Episcopais Latino-americana (CELAM) desde a Conferência de Medellín, que tratou de forma discreta esta temática, até ganhar a centralidade na Conferência de Aparecida, cujo relator foi o então Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco. Neste documento os bispos, de maneira profética, denunciam que o descaso e a agressão ao meio ambiente ocorrem por razões de interesse capitalistas.</p> Robert Donizeti Landgraf Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1905 Fraternidade e Ecologia Integral https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1910 <p>Este estudo examina a encíclica <em>“Laudato Sí'”</em> do Papa Francisco, destacando sua abordagem inovadora e holística sobre as questões ecológicas contemporâneas através do conceito de ecologia integral. Inspirada pelo “Cântico das Criaturas” de São Francisco de Assis, a encíclica coloca a Terra como nossa “casa comum” e enfatiza a interconexão entre todas as formas de vida, promovendo uma visão que abrange dimensões ambientais, sociais, econômicas e culturais. A ecologia integral é apresentada como uma forma de ver e entender a realidade que promove a justiça social, a dignidade humana e o cuidado ambiental. O estudo analisa como a encíclica propõe uma resposta moral e espiritual às crises ecológicas e sociais, instigando uma “conversão ecológica” global. O estudo conclui que a <em>“Laudato Si’”</em> oferece uma contribuição significativa para o discurso ecológico contemporâneo, integrando saberes científicos e teológicos e propondo um caminho para a sustentabilidade e a justiça social. É uma abordagem que busca inspiração no grande movimento espiritual da ecologia integral forjado pelo Papa Francisco ao reconhecer o cuidado com a casa comum como corresponsabilidade intergeracional que expressa a profissão de fé cristã. De tal modo que torna inteiramente relevante a compreensão de que a vida é uma realidade integral e totalmente interligada.</p> Antonio de Lisboa Lustosa Lopes Adamo Fernando Valeque Anyine Henry Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1910 A Criação como sacramento https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1896 <p>A narrativa da criação conta que o homem recebeu a terra como dom sagrado de Deus, com a missão de zelar por ela e fazê-la frutificar, mas a história mostra que o ser humano não cumpriu esta missão, explorando e destruindo a criação de Deus em vista do próprio benefício. Esta postura dominadora produziu um desequilíbrio ambiental que ameaça a vida de todas as criaturas e de toda a obra da criação. Neste sentido, o presente estudo tem como tema a criação como sacramento e objetiva resgatar o valor sagrado da mesma a partir da teologia ecológica de Ioannis Zizioulas, tendo como iluminação bíblica o hino cristológico de Cl 1,15-20. O primeiro tópico apresenta e comenta Cl 1,15-20, com ênfase nos elementos que fundamentam a reflexão ecoteológica que se desenvolve neste estudo. O tópico que segue propõe uma análise histórica da crise ecológica, evidenciando as raízes espirituais deste problema. O terceiro tópico apresenta a criação como sacramento a partir da cosmologia eucarística proposta por Zizioulas. Inspirado na tradição patrística e litúrgica do Oriente, Zizioulas desenvolve uma proposta teológica capaz de oferecer uma nova visão do mundo natural e transformar a relação do homem com a criação. Por sua vez, o hino cristológico de Cl 1,15-20 fundamenta biblicamente esta proposta teológica a partir de uma cosmovisão cristocêntrica que destaca a origem e o destino de toda a criação. Contra a visão antropocêntrica que reduz a natureza a objeto de exploração humana, esta proposta teológica reconhece a criação como uma realidade sagrada que não quer apenas sobrevivência, mas alcançar a plenitude em seu Criador.</p> Waldecir Gonzaga Diego Artur Wust Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1896 “Deus viu que tudo era muito bom” https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1904 <p>Este artigo aborda aspectos da crise ambiental atual sob a perspectiva de Gn 1.31, que diz “Deus viu que tudo era muito bom”. O texto bíblico apresenta a criação como dádiva aos seres humanos e chama ao uso responsável dessa criação. De acordo com a análise de Van Rensselear Potter, o “pensamento perigoso” do modelo civilizatório exploratório sugere que, embora o progresso material prometa felicidade individual, seu destino é o colapso. As necessidades básicas dos seres humanos devem ser atendidas; contudo, os desejos por consumo excessivo são insaciáveis. A teologia bíblica destaca a relação amorosa com a criação simbolizada pelo cuidado com o jardim, que deve ser visto como uma concessão para o uso responsável, e não como propriedade. Nesse contexto, Jürgen Moltmann oferece importantes referências teológicas. O objetivo deste artigo é promover uma reflexão sobre a criação como dádiva e o compromisso das pessoas com o cuidado com todas as formas de vida, diante da ameaça de um “juízo final” resultante do colapso do paraíso. A teologia cristã, fundamentada no relato da criação, confessa “Creio em Deus todo poderoso, criador do céu e da terra”, implica um cuidado responsável com a criação para evitar que o <em>chaos</em>, o <em>tohuwabohu</em>, se instale e transforme o paraíso em um inferno onde a vida, como a conhecemos, não seja mais possível. A luz, como primeiro ato da criação, dissipa as trevas, assim como Cristo é a “luz do mundo” que traz esperança em meio às forças destruidoras do <em>chaos. </em>A metodologia empregada para a investigação do tema em questão é de natureza bibliográfica, fundamentada na literatura especializada e em dados disponíveis <em>on-line. </em></p> Euler Renato Westphal Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1904 “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,11) https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1895 <p>Desde os anos 60, do século passado, as preocupações ambientais foram surgindo no seio das agendas sociais e políticas. De uma preocupação estritamente ambiental, paulatinamente foi-se caminhando para o conceito de ecologia como conceito global. A Igreja foi acompanhando este caminho, fazendo, também, a sua reflexão. O Magistério da Igreja contribuiu enormemente para a forma, como hoje se aborda, o problema ecológico. Nesta mesma década, surge a Campanha da Fraternidade com a proposta de levar ao conhecimento de todo povo de Deus a preocupação da Igreja do Brasil, com as realidades socioambientais. Após a publicação da Encíclica Laudato Si, a questão do Cuidado da Casa Comum e da Ecologia Integral passaram a fazer parte da pauta do cotidiano da Igreja. O exemplo disso é o tema da próxima Campanha da Fraternidade (2025) “Ecologia Integral e Fraternidade”.</p> Telmo Pedro Vieira Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1895 O Evangelho da Criação à luz da ecologia integral https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/view/1916 <p>Este artigo explora a relação entre teologia bíblica e a crise ecológica contemporânea à luz das contribuições exegéticas e da encíclica <em>Laudato Si’</em> do Papa Francisco. A temática central, que vincula a interpretação dos textos de Gênesis à noção de <em>ecologia integral</em>, é de grande relevância, dado o crescente reconhecimento da crise ambiental como uma questão teológica e ética. A partir de análises comparativas entre os textos bíblicos e as mitologias do Antigo Oriente Próximo, bem como por meio da crítica das fontes e de abordagens sincrônicas da narrativa de criação, o artigo investiga como a tradição judaico-cristã oferece elementos que podem contribuir para uma reconfiguração dos atuais paradigmas de exploração ambiental. Os principais pontos abordados incluem: a adaptação e transformação de conceitos culturais e religiosos do entorno de Israel em seus relatos de criação; a crítica das fontes que diferencia as tradições redacionais sacerdotais e javistas, evidenciando como essas camadas literárias refletem contextos históricos específicos e se relacionam com o cuidado da criação, e&nbsp; a análise sincrônica que destaca a coesão entre Gênesis 1 e 2-3, propondo uma leitura que enfatiza a responsabilidade humana em relação ao mundo natural. O método de pesquisa utilizado combina a análise exegética, centrada nas abordagens comparativa, diacrônica e sincrônica dos textos bíblicos, com a reflexão teológica baseada na <em>Laudato Si’</em>, integrando aspectos sociais, culturais e espirituais. Ao comparar as diferentes tradições literárias e interpretar o conceito bíblico de “domínio” e “imagem de Deus” à luz da ecologia contemporânea, o artigo busca proporcionar uma releitura dos textos bíblicos que possa dialogar com os desafios ambientais atuais. Na conclusão, argumenta-se que essas abordagens exegéticas, ao ressignificarem a relação entre Deus, a humanidade e a criação, oferecem uma base teológica sólida para uma ética ecológica que não apenas protege o meio ambiente, mas também promove justiça social e espiritual. Dessa forma, os relatos bíblicos de criação, reinterpretados à luz da <em>Laudato Si’</em>, se revelam ferramentas valiosas para a construção de uma consciência ecológica integral.</p> Mariosan de Sousa Marques Copyright (c) 2024 2024-12-11 2024-12-11 39 3 10.46525/ret.v39i3.1916