Lumen Gentium: a transição necessária
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v19i3.445Resumo
O Documento conciliar Lumen Gentium é compreendido no horizonte
das transformações ocorridas na Igreja, sobretudo na segunda metade
do século XIX e a primeira metade do século XX. Foram essas
transformações que possibilitaram a realização do Concílio Vaticano II
como um concílio de “transição” nos modos de se compreender e de
ser Igreja. Os movimentos de reforma – Bíblico, Patrístico, Litúrgico,
Ecumênico, Catequético, entre outros, fermentaram a reflexão
eclesiológica, contribuindo para o surgimento de uma “inesperada
primavera”. Nesse contexto, a constituição dogmática sobre a Igreja,
promulgada no dia 21 de novembro de 1964, aparece como uma
“transição necessária”: de uma linguagem conceitual e jurídica a uma
linguagem imagética; de uma Igreja voltada para si a uma Igreja voltada
para Cristo; de uma Igreja “cristomonista” a uma Igreja “trinitária”; de
uma Igreja “societas” a uma Igreja mistério; de uma Igreja hierárquica a
uma Igreja Povo De Deus... A Igreja da Lumen Gentium é uma Igreja a
caminho, peregrina na história, que não tema a transitoriedade como
condição para atingir a meta definitiva: o Reino De Deus.