Da Apostolicam Actuositatem aos ministérios leigos
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v28i1.165Abstract
Resumo: Dois documentos são importantes no diálogo conciliar sobre os leigos: Lumen
Gentium, que fornece o pano de fundo eclesiológico para que a questão dos leigos possa
emergir e, segundo, a Apostolicam Actuositatem, que impulsionou posteriormente o debate
nas questões que se levantam sobre os ministérios leigos, sobretudo num país como o Brasil.
Nós somos fruto de um movimento renovador, o maior talvez em toda a história da igreja.
O laicato desejava ardentemente uma maior participação na vida e missão eclesiais, e esse
desejo foi abundantemente contemplado nos documentos conciliares. O Concílio procurou
superar a definição do leigo pelo negativo, como “aquele que não é padre”, “que não é
ordenado”, e consagrou a valorização fundamental do batismo, que insere numa unidade
anterior à diversidade das funções, carismas e ministérios. Há um retorno, portanto, à eclesiologia
do Novo Testamento, que apresenta todo o povo de Deus como santo e sacerdotal.
A Apostolicam Actuositatem, tratando da missão dos leigos, sublinha sua “índole secular”,
o fato de que eles são chamados, como fermento, a exercerem seu apostolado no meio do
mundo. A ministerialidade, porém, é estatuto de todo o corpo eclesial, não apenas de alguns
de seus segmentos. Entre as várias realizações do pós-Concílio, que apontam para novo
paradigma, destacam-se, entre outras, a admissão dos numerosos ministros e ministras
leigos, bem como o aumento do número e qualidade dos teólogos leigos e leigas. Entre os
desafios pendentes, o fato de que tantas comunidades não podem celebrar dominicalmente
a Eucaristia: não está na hora de repensar a questão dos ministérios?
Abstract: Two documents of the Council are important concerning the ministry of laity in the
Church: Lumen Gentium providing the reader with the ecclesiological background of all the
issues relating to this activity, and the text of Apostolicam Actuositatem which gave raise to
the debate about the performance of the tasks involved, especially in Brazil. Indeed, we are
the outcome of this innovating movement, perhaps the most influential in all the history of
the Church. In fact, the laity had already manifested its ardent desire to be actively involved
in the life and the ecclesial tasks, as it is abundantly mentioned in the documents of the
Council. Thus, it is imperative that the negative definitions of laity as “those who are not
priests”, that is, “not ordained to the priesthood”, be eliminated from the vocabulary. A positive
formulation should be adopted from now on based on the consecration and fundamental
enhancement of God’s grace bestowed in baptism. It is a much more exalted one than the
definition based merely on the diversity of functions, charismas, and ministries. Therefore,
this perspective goes back to the ecclesiology of the New Testament which presents the
people of God as a holy and priestly community of the faithful. The document Apostolicam
Actuositatem dealing with the tasks of laity in the realm of its “secular character” insists on
its matrix as an effective leaven perceived in the world through the lay apostolate. Another
topic should be treated as well which refers to the whole body of ministers being entrusted
with the duty of ministry in the Church, not just a few segments, since all the roles have a
collective practicality and co-responsibility. One of the major challenges prevailing among
the issues to be treated concerns the diminished number of Churchgoers attending Sunday
Mass and the absence of quite a few from receiving the Eucharist. There is indeed an urgent
need for radical revision in this area of ministries in the Church.