A Eucaristia e a pessoa humana
DOI:
https://doi.org/10.46525/ret.v21i2.384Abstract
O autor propõe-se acentuar o aperfeiçoamento que se opera na pessoa a
partir do contato com a Eucaristia. A exposição inicial, sobre a evolução do
conceito de pessoa, culmina na distinção entre pessoa e personalidade.
“Personalidade é a maturação da pessoa através de práticas atinentes”. Quanto
à pessoa humana, sua dignidade decorre do poder criativo de Deus que nela
infundiu sua imagem e semelhança divinas, segundo a natureza humana de
Cristo, criatura primigênia. Por isso, a pessoa, “um valor em si e por si”, nascida
para a imortalidade, “foi destinada a ser filho e filha de Deus” pela associação
a Cristo, que pela ressurreição nos mereceu a felicidade eterna. Em seguida,
afirma-se que na Eucaristia “assimilamos Cristo” e “nos assemelhamos a Ele
cada vez mais”, configurando-nos a Ele na caridade. Sendo peregrinos, “não
temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. Alcançá-laemos
através da fractio panis. A Eucaristia, “perpetuação do Sacrifício da
cruz”, leva-nos “à grande comunhão com o Crucificado”, já que “pelo Cristo
na Eucaristia, as nossas tribulações completam o que falta a sua paixão”, isto
é, a Eucaristia nos leva a assumir subjetivamente a redenção realizada. A
comunhão entre os que dela participam e que contagia a sociedade é exigência
da Eucaristia e é também o contexto necessário à sua compreensão.
Abstract: The author intends to stress the moral and spiritual improvement in
those who receive Holy Communion. To begin with, a distinction has to be
made between person and personality. “Personality results from the maturation
of the person by means of pertinent actions”. As for the person himself, human
dignity derives from the power of the Creator in whose image and likeness
man is made after the resemblance of Christ’s human nature, since he is the
“firstborn of all creation”. Thus a person has to be valued by himself and for
himself, born to become immortal and destined to be God’s son and daughter
by association with Christ whose work of redemption is meritorious for our
eternal happiness. Furthermore, by the Eucharist we are assimilated by Christ
and resemble him gradually though the gift of divine love. Since we are pilgrims
on earth we have no permanent stay but we are looking forward to what well
be. It will be achieved by sharing consecrated bread in the Eucharist, which
symbolizes the sacrifice of Christ on the cross and was offered on behalf of
humankind. It is up to us to fulfill subjectively in human life what is amiss in
Christ’s redemption to be applied to us, a task in which all of us are engaged in
so as to obtain God’s grace by sharing in the sacrament of the Eucharist.