As possibilidades de reformas na Igreja no contexto do pontificado do papa Francisco: uma leitura ecumênica

Abstract

Resumo: Na história do cristianismo, o termo “reforma” é, comumente, utilizado para identificar
o movimento de mudanças na Igreja iniciado por Martinho Lutero, no século XVI. Mas esse
conceito designa também outras realidades, uma vez que a aspiração por reformas na Igreja
acompanha toda a sua história. Em eclesiologia, o conceito “reforma” indica as diferentes iniciativas
por mudanças que incidem nas doutrinas, estruturas, espiritualidades e projetos pastorais
da Igreja. Não indica rupturas com a instituição eclesial, mas a sua renovação, numa tensão
entre continuidade e descontinuidade na relação entre o modus essendi e o modus operandi
da Igreja em cada época. É nesse sentido que o concílio Vaticano II pode ser considerado
um concílio de reforma. Também nesse sentido vive-se o momento atual de expectativas no
pontificado do papa Francisco. O presente artigo busca analisar as possibilidades de reforma
na Igreja católica, traçando linhas de aproximação entre as propostas reformadoras do século
XVI, as do Vaticano II e as do papa Francisco. Assim, o universo semântico do termo “reforma”
ganha aqui um sentido ecumênico, indicando as mudanças necessárias nas diferentes igrejas
no sentido de favorecer também a unidade dos cristãos.

Palavras-chave: Igreja, reforma, diálogo, ecumenismo.

Abstract: In the history of Christianity, the term “reformation” is commonly used to identify
the movement of change in the Church begun by Martin Luther in the sixteenth century, and
in the churches that emerged from this movement. But this concept also designates other
realities, since the aspiration for reformations in the Church emerges throughout its history.
In ecclesiology, the term “reformation” indicates the different initiatives for changes that focus
on doctrine, structures, spiritualities, and pastoral projects of the Church. It does not indicate
ruptures with an ecclesial institution, but its renewal, a tension between continuity and discontinuity
in the relationship between modus essendi and modus operandi of the Church
in every age. It is in this sense that Vatican II can be considered a council of reformation. In
this sense also one lives the expectations in the current moment of the pontificate of Pope
Francis. This paper aims to analyze the possibilities for reformation in the Catholic Church,
tracing lines of approach between the reformist proposals of the sixteenth century reformers,
of the Vatican II and the current pontificate of Pope Francis. Thus, the semantic universe of
the term “reformation” receives here an ecumenical sense, indicating the necessary changes
in the different churches in order to promote Christian unity.

Key words: Church, reformation, dialogue, ecumenism.