A Vida dos Pobres e a Idolatria do Capital – Da inconsistência dos Direitos Humanos sem a efetividade dos Direitos Sociais
DOI :
https://doi.org/10.46525/ret.v23i1.333Résumé
Resumo: O artigo parte de uma análise estrutural da realidade brasileira, com base
na sociologia crítica, para pontuar a falácia do discurso dos Direitos Humanos, sem a
correspondente resolutibilidade dos direitos sociais. O fosso inequívoco entre direito
e justiça, ciência e consciência, legalidade e moralidade, pode ser superado por
medidas relativamente viáveis com grande repercussão na efetividade dos Direitos
Humanos, assentados sobre a eficiência das políticas sociais. Quando o Banco
Mundial informa em seu Relatório / 2005 que 15% da população mundial, possui 80%
da renda mundial e, consequentemente 85% da população possui 20% da renda
mundial, podemos inferir que somente uma reversão desse quadro iníquo permitirá
a superação da miséria social.
A alternativa que se coloca é apostar na utopia de um novo mundo, construído sobre
valores éticos e espirituais, mediante projetos de desenvolvimento econômico-social,
fortemente antropo-eco-cêntricos. Afinal, com 1% das transações econômicas
internacionais, é possível reverter a conjuntura da miserabilidade em nosso planeta!
Essa não é a utopia social dos evangelhos? Essa não é a lógica do Reino de Deus,
que quer Vida para todos?!
Abstract: The article begins with a structural analysis of the social situation of Brazil,
based on a critique from a sociological point of view, so as to stress the fallacious
genre of the discourse on Human Rights, without the corresponding tenets of Social
Rights. The unequivocal chasm between rights and justice, science and conscience,
legality and morality, can be transposed by measures, which are relatively viable with
great effectiveness to Human Rights involved as well in the efficacy of social politics.
When the World Bank published the annual Report of 2005 reference is made to the
limited segment of 15% of the world’s population possessing 80% of all the resources
available in the world, while 85% only owns 20% of the world’s resources, we are
forced to infer that only a reversal of such a situation could alleviate social misery.
An alternative solution would be a utopian “new world”, based on ethical and spiritual
values based on projects implementing economic and social development inspired
by anthropological and ecological perspectives. Finally, a mere 1% investment drawn
from international economic transactions would suffice to mitigate the poverty stricken
population of our planet. Isn’t this the social utopia inspired in the Gospel? Isn’t this the
logic of the Kingdom of God which aspires to provide life for all?!