É protagonismo laical fundar as suas próprias associações?

Uma reflexão sobre vocação e autonomia do leigo

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.46525/ret.v38i2.1802

Résumé

O presente artigo deseja problematizar a afirmação do Decreto Apostolicam actuositatem, nº19, §4, que, enuncia o direito dos leigos de fundar, dar nome e governar suas próprias associações de apostolado. A questão aventada não é a redução dessa possibilidade, mas sim de reconhecer que tal abertura corrobora no detrimento da originalidade vocacional laical: da sua peculiar característica secular e do trato com as realidades temporais. Nisso, apontar em outros dois documentos conciliares, Constituições Lumen Gentium e Gaudium et spes, instruções que intuem o sujeito eclesial leigo responsável pelo testemunho em meio a “profanidade” do tempo. Desse modo, se faz oportuno assinalar que o fenômeno recente de leigos fundadores e dessas associações, formadas predominantemente pelo laicato, sinalizam sujeitos religiosos mais inclinados à reescrita da vida consagrada com tom carismático, midiático e ultraconservador.  Contudo, entende-se que o fiel leigo precisa atingir postos de governo e liderança no contexto eclesial. No entanto, diante do cenário crescente das novas associações de fiéis e de suas particulares características, estas acabam não auxiliando para a renovação da instituição ao fortalecer a narrativa extremamente dogmática, moralista, proselitista e autoritária. Com isso, distanciam a comunidade e seus membros – consciências-da sociedade, dos dilemas humanos e da interpretação dos sinais dos tempos. Pretende-se analisar, nesse artigo, essa delicada realidade a partir de três momentos. No primeiro, apresentar as proposições acerca do leigo nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965); num segundo, refletir a abundância de novas comunidades e características gerais que as tornam avessas ao espírito conciliar; no terceiro, identificar as causas e os efeitos da ausência de vocações laicais autênticas e verdadeiramente pautadas na proposta evangélica da libertação integral.

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Bibliographies de l'auteur-e

André Luiz Boccato de Almeida, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)

Doutor em Teologia Moral (Pontifícia Universidade Lateranense, Roma, 2016). Pós-Doutor em Teologia (PUC-PR). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, São Paulo, 2010).  Graduado em Teologia (Escola Dominicana de Teologia, EDT, São Paulo, 2008). E-mail: a.l.boccato@gmail.com.

Lucia Eliza, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP

Teologia

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Publié-e

2023-08-24

Comment citer

Boccato de Almeida, A. L., & Eliza, L. . (2023). É protagonismo laical fundar as suas próprias associações? Uma reflexão sobre vocação e autonomia do leigo . Revista Encontros Teológicos, 38(2). https://doi.org/10.46525/ret.v38i2.1802

Numéro

Rubrique

Artigos Principais (Dossiê)